quinta-feira, 16 de maio de 2013

Assistente social humaniza o atendimento aos usuários do SUS



Na quarta-feira (15), foi comemorado o Dia do Assistente Social. Atualmente, 400 profissionais da área atuam nas unidades do Ministério da Saúde. | Fonte: Noah Addis/Star Ledger/Corbis
Os usuários dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) têm direito a um atendimento completo e humanizado. Eles podem procurar assistência fora da cidade onde moram, receberem vale-transporte para se deslocar até o local de atendimento e acesso a medicamentos para tratar doenças raras. E em casos de acidentes de trânsito, por exemplo, podem recorrer a seguros como o DPVAT, uma indenização para garantir o tratamento das lesões.
Parte dos usuários desconhecem esses benefícios e que também contam com um profissional capaz de ajudá-los. É o assistente social, que atua nos setores de serviço social dos hospitais e unidades de saúde. Por meio de entrevistas, o especialista apura as condições socioeconômicas do paciente e seus familiares, a necessidade de terapias especializadas e de deslocamentos. “Com esses dados podemos orientar a equipe médica, que dependendo do caso, poderá indicar ou não um tratamento multidisciplinar”, afirma a assistente social Viviane Fonseca. Ela atua no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), hospital do Rio de Janeiro, vinculado ao Ministério da Saúde, e responsável pelo tratamento de doenças e traumas graves.
As pessoas que procuram o Into geralmente têm dificuldades de locomoção. “A assistência é prestada aos pacientes e familiares/rede de apoio em âmbito ambulatorial e durante a internação. A Avaliação Social, realizada no primeiro atendimento ao usuário, é o instrumento usado para conhecer a situação de vida e trabalho do paciente e sua rede de apoio”, afirma Viviane.
O assistente social também realiza um trabalho de relevância social: o pós-atendimento de crianças, mulheres e mulheres vítimas de violência. Com o aval da equipe médica, o profissional cuida da notificação compulsória. Essa é uma medida inicial para um atendimento de proteção às vítimas e de apoio a suas famílias. A partir da notificação, os órgãos de defesa de direitos são acionados e passam a ter conhecimento da violência e podem acionar os serviços e instituições de apoio.
Dedicação integral - Um exemplo deste trabalho contínuo é a assistente social Ângela Queiroz, que há 30 anos acolhe e orienta os pacientes no Hospital Federal dos Servidores do Estado, hospital fluminense vinculado aoMinistério da Saúde. Contratada pela antiga Campanha Nacional do Câncer, Ângela passou a acompanhar os pacientes do Serviço de Medicina Nuclear, ainda na década de 1980. Com o término da campanha, a assistente social foi transferida para o Serviço de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), setor em que deve atuar até a sua aposentadoria (prevista para este semestre).
A trajetória de Ângela reflete as conquistas do Serviço Social na unidade. Ela implantou, no DIP, ações de humanização com os pacientes com HIV, em parceria com a colega Cláudia Lisboa. “Observamos que os pacientes tinham necessidades sociais, como exames mais rápidos e remédios, que em 1996 não eram oferecidos pelo governo. Junto à equipe multiprofissional, pacientes e pessoas com vínculos externos conseguimos disponibilizar essas pendências por meio de pedidos judiciais”, explica.
Em 1996, nasceu nas salas de espera do DIP um grupo para troca de experiências entre portadores do HIV. Com demandas espontâneas, o grupo foi crescendo e, em 1997, a equipe multidisciplinar fundou, no ambulatório do Serviço, o projeto “Viva a Vida”. O grupo tem o objetivo de orientar pacientes a manterem o tratamento e trocarem experiências de vida.
Dezesseis anos depois, o grupo Viva a Vida oferta atendimento a pacientes de todas as faixas etárias. Profissionais e estagiárias estão juntas para fornecer uma assistência humanizada aos pacientes da unidade. Certa de sua contribuição para o crescimento da humanização hospitalar, a assistente se aposentará satisfeita com suas inúmeras conquistas. Toda a experiência tornou objetiva a visão de Ângela sobre sua profissão: “Os profissionais do Serviço Social existem para ouvir o paciente, entender suas necessidades e traduzir o seu sentimento para a equipe médica multidisciplinar”, finaliza Ângela.
Nessa quarta-feira (15), é comemorado o Dia do Assistente Social. Atualmente, 400 profissionais da área atuam nas unidades do Ministério da Saúde.
Fonte: Nicole Graniço e Pâmela Pinto / Ascom-HFSE

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