sábado, 22 de junho de 2013

Denúncias contra crimes de extorsão crescem 100% na região

Vítima deve procurar a delegacia mais próxima para denunciar o autor

 Ururau Arquivo

Vítima deve procurar a delegacia mais próxima para denunciar o autor

Quem nunca andou pelas ruas de Campos e não recebeu um panfleto com propaganda de empréstimos? Juros baixos e facilidades de pagamento atraem pessoas desesperadas em busca de dinheiro para quitar dívidas, mas esta opção sedutora pode ser um golpe.  Algumas empresas são sérias e credenciadas ao Banco Central, mas infelizmente muitos agiotas aproveitam da inocência e boa fé dos clientes para ganhar até cinco vezes mais do que o valor emprestado.

De acordo com a polícia junto com as cobranças também vem às ameaças, muitas até de morte, neste caso um simples empréstimo se transforma em extorsão.
Foi o que aconteceu com a dona de casa “Marilda”, ela passou por um sufoco depois que pegou dois empréstimos com agiotas para terminar de construir sua casa.
“Eu cheguei até ele através daquelas pessoas que ficam no Centro distribuindo panfletos, e os escritórios funcionavam em um prédio na área central de Campos. Não me pediram referência e nem consultaram meu nome do SPC. Como era pouco dinheiro achei que era fácil para pagar. Um foi no valor de R$ 200 e o outro pouco mais de R$ 100. Peguei no mês de maio, o de R$ 200 foi parar em mais de mil reais em questão de seis meses”, disse.
A mulher foi iludida pela promessa de dinheiro fácil. “Eles falavam que se eu não conseguisse pagar no mês, era só dar um valor mínimo que este seria abatido, mas a dívida só foi crescendo”, relatou.
A cada dia os juros iam se acumulando e as ameaças chegavam de toda parte. “Ligavam não só para mim, como para as pessoas que eu tinha passado como contato. Cobravam o dinheiro e faziam ameaças. Uma vez entraram em contato comigo e perguntaram sobre os meus filhos. Disseram que um policial estava do lado deles e ia me dar uma ‘dura’. Até de morte fui ameaçada”, comentou.
A dona de casa se arrepende de ter recorrido a dinheiro de maneira clandestina. “Graças a Deus consegui quitar, no final do ano peguei todo o dinheiro do meu décimo terceiro para pagar. Nunca mais quero saber de pegar empréstimo”, ressaltou.
Segundo o delegado titular da 134ª Delegacia Legal do Centro, Geraldo Assed, o caso citado é considerado crime de extorsão. “A extorsão é quando uma pessoa exige um valor financeiro por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro. Nos casos mais graves as vítimas são ameaçadas de morte, não só ela como a sua família”, explicou.
Dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP) apontam que de janeiro a abril do ano passado apenas sete vítimas procuraram as delegacias de Campos, São João da Barra, São Fidélis e São Francisco de Itabapoana, para denunciar que estavam sendo ameaçadas. No mesmo período deste ano o número cresceu para 14, aumento de 100%.
Assed ressalta que muitos casos de extorsão são praticados por agiotas. “As pessoas ainda tem medo de denunciar, mas o recomendado é que a vítima procure a delegacia assim que começarem as cobranças com ameaças para que a polícia possa investigar e chegar até esses criminosos. Tendo o registro de ocorrência a polícia terá o ponto de partida para a investigação”, explicou. 
Quem estiver passando por esta situação de risco deve denunciar. O telefone da Polícia Civil é (22) 2724-1580 e o da Polícia Militar é (22) 2723-1177

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