domingo, 16 de junho de 2013

Incentivo para produção de café



Pelo segundo ano consecutivo, o agricultor familiar Ludgero Pereira da Silva, da localidade Espírito Santinho, microbacia Córrego do Açude, em Campos dos Goytacazes, comemora o sucesso da colheita do café conilon. Para marcar o início da safra, Ludgero, mais conhecido pelo apelido Gel, recebeu 160 pessoas, entre agricultores, estudantes e técnicos rurais, para um dia de campo, promovido pela Emater-Rio, vinculada à secretaria estadual de Agricultura, na última semana.
Além de bons resultados com a lavoura, Gel comemorou o retorno do filho mais velho ao trabalho no campo. Douglas Gonçalves da Silva, de 23 anos, chegou a trabalhar na área urbana do município, mas resolveu voltar ao campo depois que o pai começou a investir no café e na melhoria da criação de vacas leiteiras. Em depoimento que emocionou os pais, os técnicos e os estudantes presentes, o rapaz revelou ter concluído o curso de técnico agrícola e explicou porque voltou a estudar.
— Eu pensei: e o dia em que eu não tiver meu pai, e se os consultores e os técnicos da Emater forem embora? O trabalho todo do meu pai vai se acabar? Por isso resolvi estudar, para saber tocar a nossa propriedade, e agora vou investir aqui para ter um bom salário — disse, animado, o jovem que pretende plantar dez mil pés de café, ainda este ano, em três hectares cedidos pelo pai, numa área de morro.
A propriedade de Gel produz acima da média da região e do estado vizinho, o Espírito Santo, onde a cultura do café é também uma tradição. No ano passado, a propriedade atingiu a média de 80 sacos de 60 quilos de café por hectare. Este ano, a média deve se manter porque, mesmo tendo lavoura irrigada, Gel enfrentou a estiagem no início do ano e viu seu açude secar. No estado vizinho, a média por hectare é de 30 sacos.
— Apesar da seca, a propriedade dele é um sucesso. Ele já sabe trabalhar bem a lavoura e agora vai fazer volume de renda aumentando a plantação. O investimento no café melhorou a renda familiar e fez com que o filho quisesse trabalhar com ele. Isso é um sucesso maior ainda — disse o engenheiro agrônomo Glauco Lessa, um dos consultores que prestam assistência na propriedade.
Para resolver o problema da falta de água, o produtor vai receber incentivo do Programa Rio Rural para a proteção de uma área de nascente e para aumentar o espaço irrigado. Mas ele planeja também investir por conta própria na recuperação da mata ciliar do açude e do córrego que corta sua propriedade. (A.N.)

 

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