terça-feira, 18 de junho de 2013

Olarias reajustam em 17% preços de tijolos na Baixada Campista

Produtos de Campos são vendidos para todo Estado do Rio e Espírito Santo
Arquivo Ururau

Produtos de Campos são vendidos para todo Estado do Rio e Espírito Santo

Os preços dos milheiros de tijolos foram reajustados em 17% no mês de junho. Consumidor reclama dos novos valores, mas setor alega que o reajuste varia de olaria para olaria, e que preços foram determinados diante de legalizações das cerâmicas e salários dos funcionários. O eletricista, Sérgio Santos, esta construindo uma casa e levou um susto com o reajuste dos tijolos. “Fui a uma olaria em São Sebastião pesquisar o preço do milheiro de tijolos. Mil unidades do tipo 19 por 29 custavam de R$350 a R$360. Os vendedores me informaram que o produto passaria por reajuste. Depois do dia primeiro voltei ao local e o milheiro já esta sendo vendido por R$500, além disso tinha que pagar pelo frete. Nos depósitos encontrei até por R$600”, disse. Sérgio questiona o aumento do produto. “Como que alguém que ganha um salário mínimo pode construir uma casa? A matéria prima para construir os tijolos é nossa, é da região”, reclamou. De acordo com o presidente do Sindicato dos Ceramistas, Amaro da Conceição de Souza, o preço dos tijolos varia e este ano o reajuste foi de 17%. “É muito realitivo nós hoje temos que levar em consideração duas questões quando falamos de reajuste, a qualidade do produto e de distância das olarias. Quanto mais longe fica mais barato é o tijolo”, explicou. Campos têm 111 cerâmicas, destas 108 são sindicalizadas. O presidente da categoria ressalta que o reajuste levou em conta alguns fatores. “Mexer com extração mineral esta muito difícil, as leis ambientais estão muito rigorosas. O setor da cerâmica hoje é um dos mais legalizados na região, em um acordo feito com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) cada uma tem que ter uma reserva legal de 500 hectares. Além disso, existem as questões de protocolo, o aumento de salário dos funcionários no mês de maio e a mão de obra que estamos com dificuldade para encontrar. O pagamento dos nossos funcionários é semanal de R$400, eles tem plano de saúde e seguro de vida e a jornada de trabalho é das 7h às 17h, tendo meia hora para café e uma hora de almoço. Tudo isso causa grandes custos para o setor, não tinha como não reajustar”, ressaltou. O presidente informou ainda que os tipos mais vendidos de tijolos são o 9 por 19, o milheiro era vendido entre R$400 e R$420, agora passou para R$470. Já o tipo 19 por 29 era comercializado antes por R$280 e agora os preços variam de R$300 a R$320. “Estes são os valores comercializados no polo da cerâmica, principalmente na Baixada Campista. O valor vendido varia de olaria para olaria, no comércio os compradores aproveitam e compra mais barato e vendem bem mais caro nos depósitos”, falou. Segundo Amaro da Conceição a média diária de produção das olarias é de 50 mil unidades e que todas juntas produzem mais de seis milhões de tijolos por dia. “Hoje 90% dos produtos são vendidos para outras cidades e até estados. Cerca de 70% dos tijolos vendidos no Estado do Rio de Janeiro são de Campos, nós também estamos presentes em 40% do mercado do Estado do Espírito Santo”, finalizou.

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