Arquivo Ururau
Produtos de Campos são vendidos para todo Estado do Rio e
Espírito Santo
Os preços dos milheiros de tijolos foram reajustados em 17% no mês de junho.
Consumidor reclama dos novos valores, mas setor alega que o reajuste varia de
olaria para olaria, e que preços foram determinados diante de legalizações das
cerâmicas e salários dos funcionários.
O eletricista, Sérgio Santos, esta construindo uma casa e levou um susto com
o reajuste dos tijolos. “Fui a uma olaria em São Sebastião pesquisar o preço do
milheiro de tijolos. Mil unidades do tipo 19 por 29 custavam de R$350 a R$360.
Os vendedores me informaram que o produto passaria por reajuste. Depois do dia
primeiro voltei ao local e o milheiro já esta sendo vendido por R$500, além
disso tinha que pagar pelo frete. Nos depósitos encontrei até por R$600”, disse.
Sérgio questiona o aumento do produto. “Como que alguém que ganha um salário
mínimo pode construir uma casa? A matéria prima para construir os tijolos é
nossa, é da região”, reclamou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Ceramistas, Amaro da Conceição de
Souza, o preço dos tijolos varia e este ano o reajuste foi de 17%. “É muito
realitivo nós hoje temos que levar em consideração duas questões quando falamos
de reajuste, a qualidade do produto e de distância das olarias. Quanto mais
longe fica mais barato é o tijolo”, explicou.
Campos têm 111 cerâmicas, destas 108 são sindicalizadas. O presidente da
categoria ressalta que o reajuste levou em conta alguns fatores.
“Mexer com extração mineral
esta muito difícil, as leis ambientais estão muito rigorosas. O setor da
cerâmica hoje é um dos mais legalizados na região, em um acordo feito com o
Instituto Estadual do Ambiente (Inea) cada uma tem que ter uma reserva legal de
500 hectares. Além disso, existem as questões de protocolo, o aumento de salário
dos funcionários no mês de maio e a mão de obra que estamos com dificuldade para
encontrar. O pagamento dos nossos funcionários é semanal de R$400, eles tem
plano de saúde e seguro de vida e a jornada de trabalho é das 7h às 17h, tendo
meia hora para café e uma hora de almoço. Tudo isso causa grandes custos para o
setor, não tinha como não reajustar”, ressaltou.
O presidente informou ainda que os tipos mais vendidos de tijolos são o 9 por
19, o milheiro era vendido entre R$400 e R$420, agora passou para R$470. Já o
tipo 19 por 29 era comercializado antes por R$280 e agora os preços variam de
R$300 a R$320.
“Estes são os valores
comercializados no polo da cerâmica, principalmente na Baixada Campista. O valor
vendido varia de olaria para olaria, no comércio os compradores aproveitam e
compra mais barato e vendem bem mais caro nos depósitos”, falou.
Segundo Amaro da Conceição a média diária de produção das olarias é de 50 mil
unidades e que todas juntas produzem mais de seis milhões de tijolos por dia.
“Hoje 90% dos produtos são vendidos para outras cidades e até estados. Cerca
de 70% dos tijolos vendidos no Estado do Rio de Janeiro são de Campos, nós
também estamos presentes em 40% do mercado do Estado do Espírito Santo”,
finalizou.
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