domingo, 30 de junho de 2013

Os cursos de pós para quem está em falta no mercado hoje

Aula de pós-graduação em gerência de projetos da FGV


Aula de pós-graduação em gerência de projetos da FGV Foto: Pedro Kirilos / Pedro Kirilos

 RIO — A falta de profissionais qualificados provoca uma certa guerra mundo afora por talentos — e, até o ano 2030, segundo o Instituto Global McKinsey, serão 40 milhões de profissionais a menos do que o necessário. No Brasil, há carreiras em que o apagão atinge níveis preocupantes. Entre elas, as dos mercados de finanças, e-commerce, gerenciamento de projetos e engenharia de software.
No caso de contadores e profissionais de finanças, em que pese o desaquecimento da economia nestes dois últimos anos, o desempenho do Brasil na última década fez as companhias que aportam por aqui enfrentarem falta de pessoal qualificado. E, segundo as escolas, a procura por cursos na área é crescente.
— Não se admite mais um executivo que entenda só de mercado financeiro ou só de finanças de empresas. É preciso enxergar os dois lados. O mercado quer alguém que já traga esse blend — afirma o coordenador do Coppead/UFRJ, Vicente Ferreira.
Generalistas também estão em falta
E com o aumento de obras de infraestrutura, crescem também as vagas em gerenciamento de projetos.
— Se, no passado, gestão empresarial era o curso para onde os executivos corriam, agora ele divide espaço com a gerência de projetos — destaca Mario Pinto, diretor da FGV Management.
Para o diretor da FGV, porém, o maior obstáculo ao aumento da competitividade do país e a um crescimento sustentável é a escassez de profissionais qualificados na área de educação:
— A máquina de formar pessoas não está dando conta da demanda. Nos últimos dez anos, o Brasil passou a competir internacionalmente e o problema da educação não pode ser resolvido com um decreto. O ciclo de formação é longo, às vezes leva uma década para o profissional chegar apto ao mercado.
No segmento de engenharia, profissionais com conhecimentos muito específicos, principalmente em engenharia de petróleo, com especialização em upstream, e engenharia de software com conhecimentos de cloud computing, estão no topo da lista dos raríssimos. Mas os mais generalistas também faltam — sobretudo nas especialidades química, mecânica, produção e civil, diz Antonio de Figueiredo, professor da Coppe e da Escola Politécnica da UFRJ:
— O mercado carece tanto do profissional que atua mais na gestão, que pode se qualificar com especializações lato sensu, como do que faz mais cálculos, que pode aprofundar seu conhecimento com mestrado ou doutorado.
Triplo E: esporte, e-commerce, energia
A necessidade de entidades esportivas apresentarem gestores treinados em negócios também abre portas para um profissional difícil de ser encontrado:
— Falta pessoal com visão estratégica do esporte: gente com conhecimento de novos negócios, empreendedorismo, gestão de arenas, de instalações esportivas e estruturação de projetos — afirma Renata Nogueira, coordenadora geral da educação executiva do Ibmec.
O mercado de comércio eletrônico, que está com crescimento anual de 20%, às vezes vê projetos paralisados ou atrasados por falta de mão de obra.
— O e-commerce precisa de profissionais que pensem toda a escala de forma estratégica e entendam de logística, vendas, finanças, marketing digital e estratégias de redes sociais — lista Renata.
No mercado de energia, projetos não faltam para aquecer o mercado. O profissional tem de ter conhecimento em diferentes áreas, desde comércio internacional até legislação ambiental.
— É um mercado típico do Rio, mas que se espalha para outros estados — conclui Vicente Ferreira, do Coppead.


Sem comentários:

Enviar um comentário