quinta-feira, 13 de junho de 2013

Polícia investiga compra de visualizações na internet pela igreja de pastor Marcos

Polícia investiga se perfil de igreja comprou seguidores
Polícia investiga se perfil de igreja comprou seguidores Foto: Reprodução

Enquanto o pastor Marcos Pereira permanece preso preventivamente sob a acusação de ter estuprado duas fiéis, a direção da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) tenta provar a inocência de seu líder na internet. Entretanto, as estratégias usadas para a divulgação de vídeos e mensagens de apoio a Pereira são pouco ortodoxas: a Polícia Civil investiga a compra de "pacotes de amigos" no Facebook e de visualizações no Youtube por parte da igreja.
— Vamos analisar os perfis da igreja nas redes para saber se há alguma irregularidade. Entretanto, para que haja crime, é preciso que a vítima, no caso a rede social atingida, compareça à delegacia — afirma Gilson Perdigão, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática.
No YouTube, o vídeo do canal da ADUD com mais visualizações desde a prisão é uma filmagem de um depoimento da esposa do pastor, Ana Madureira, 58 anos, negando que tenha sido estuprada. O vídeo tem mais de 800 mil visualizações, sendo que, desse total, segundo a métrica do próprio Youtube, 750 mil foram contabilizadas em cinco dias — uma média de 104 acessos por minuto, o que despertou a suspeita de agentes da polícia. Já a página do Facebook da igreja tem 11 mil amigos.
Marcelo Patrício, advogado do pastor e a igreja, nega a acusação e afirma que a ADUD vem usando a internet como forma de "driblar um boicote da polícia e da imprensa ao pastor".
— A internet é a única forma que temos para nos defender, de mostrar o outro lado — alega Patrício.
O delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), que investiga o pastor pelos crimes de homicídio e associação ao tráfico, afirma que os vídeos não valem como depoimento no inquérito.
Em nota, a Google, que administra o YouTube, informou que "leva a sério qualquer abuso contra nossos sistemas e toma medidas contra esses fraudadores, incluindo a exclusão de suas contas no YouTube". A empresa, entretanto, não informou se vai procurar a delegacia para denunciar a igreja.
O Facebook afirma que "se os sistemas de fraude do Facebook detectarem que sua página tem ligação com fraudes, colocaremos limites para prevenir violações".
fonte jornal extra

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