sábado, 6 de julho de 2013

Cuidador de idosos: Saiba como escolher um profissional da área


IBGE: 12% da população brasileira é de pessoas acima de 60 anos
 Carlos Grevi / Mauro de Souza

IBGE: 12% da população brasileira é de pessoas acima de 60 anos

Eles têm uma vasta experiência e muitas histórias para contar, os idosos representam 12% da população brasileira, segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O país tem aproximadamente 23,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Mas o que preocupa as autoridades é que a violência contra eles e casos de maus tratos como os das duas idosas de Campos são cada vez mais frequentes. Eles reascendem uma dúvida, quem é a melhor pessoa para cuidar do ancião da família?
Segundo a Gerontóloga e coordenadora do curso de Cuidador de Idosos da Faculdade de Medicina de Campos, Giselle Cereja de Alencar, quem exercer essa profissão precisa apresentar sensibilidade.
“O objetivo é tornar a pessoa mais sensível ao ato de cuidar do outro, o gesto de ouvir e de falar. Os idosos gostam de ser ouvidos, e eles têm toda uma vida de experiência. O cuidador não substitui a família nunca, a responsabilidade é sempre da família. Ele vai conviver com os familiares do idoso, mas tem que entender que ele não é da família e sim o cuidador”, disse.
Atualmente 80 alunos integram a segunda turma deste curso que tem duração de três meses e forma profissionais aptos a exercerem a função. Para ingressar a pessoa precisa ter ensino fundamental completo. As disciplinas são aplicadas por enfermeiros, assistentes sociais e gerontólogos (especialistas no conhecimento do idoso).
“Seguimos o guia do cuidador de idosos do Ministério da Saúde são repassados os conhecimentos básicos de fisioterapia e primeiros socorros. As aulas práticas são realizadas no Hospital de longa permanência Manuel Cartucho”, explicou.
A gerontóloga ressalta que doenças ligadas à demência e o Alzheimer causam grande impacto a família, mas é preciso saber lidar com todas as questões que giram em torno do idoso. Até na hora de escolher um cuidador é preciso adotar algumas medidas.
“É difícil pontuar, mas a família deve fazer uma entrevista com o candidato, é fundamental perceber se ele apresenta sensibilidade e se vai saber oferecer carinho a este idoso. Se tem a qualidade de saber escutar e é fundamental que ele desenvolva ações de motivação e não só coloque o idoso sentado na frente da TV. Todas as atividades realizadas com o idoso devem ser feitas sem que ele se sinta infantilizado. Procurar referências e o histórico desse profissional é importante. Além dos cuidados com a higiene e ter boa indole”, ressaltou.
Muitos idosos não abrem mão da independência de morar e fazer tudo sozinho, mas em determinado momento alguns acabam demonstrando sinais de que essa escolha não é a mais correta. 
“Quando ele apresentar contensão de memória, estiver mais sensível a quedas, começam a esquecer o gás aceso ou a porta aberta, esses são alguns pontos que a família precisa ficar alerta. Eles também tem a pele mais sensível, e qualquer pancada faz com que ela fique ferida”, finalizou.
CRIME
Dois casos de violência contra idoso chamaram a atenção em Campos. No final do mês de junho Maria Rangel, de 86 anos, foi internada em estado grave no Hospital Ferreira Machado com o rosto e a cabeça queimados. A suspeita é de que as queimaduras tenham sido causadas por água quente jogada na anciã por K.G.R.S, cuidadora da vítima. O retrato da suspeita foi divulgado, mas até agora ela ainda não foi detida.
O outro aconteceu três dias depois uma denúncia anônima fez a Polícia Militar chegar até uma idosa de 76 anos com sinais de abandono, dentro de casa na localidade de Barro Branco. Segundo a PM a mulher estava muito debilitada, os policiais ficaram surpresos com o péssimo estado de higiene em que a pequena casa se encontrava, com roupas e diversos objetos espalhados em meio a sujeira. O cheiro de urina na casa era muito forte. A idosa estava nua e com as pernas inchadas. A suspeita é de que os maus tratos tenham sido causados pelo companheiro dela, 20 anos mais jovem.
Os dois casos foram encaminhados a 134ª Delegacia Legal do Centro, o delegado titular da unidade, Geraldo Assed, falou sobre os crimes. “Quando os casos são registrados nós ouvimos a família e enviamos uma equipe de perícia até o local para encontrar provas contra os suspeitos. Se for comprovado a pessoa vai responder por maus tratos. Dependendo da gravidade pode responder por tentativa de homicídio ou tortura”, disse.
O Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), registrou um crescimento de 186% de denúncias de violações de direitos das pessoas idosas de 2012 em relação ao ano anterior. Em 2011, foram 8.220 registros, sendo que esse número saltou para 23.523 em 2012. As ocorrências mais comuns são negligência, violência psicológica, abuso financeiro e violência física.
Assed destaca a importância das denuncias. “É fundamental que quem souber de algum crime contra o idoso denuncie. A ligação pode ser feita anonimamente por meio do Disque 100, aqui em Campos as pessoas também podem ligar para as delegacias. Com a denúncia nós acionamos os órgãos competentes e investigamos as acusações até chegar aos responsáveis”, destacou.
As denúncias podem ser feitas na 134ª Delegacia Legal do Centro através do (22) 2724-1580 e na 146ª Delegacia Legal de Guarus pelo número (22) 2724-1585.
fonte ururau

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