quinta-feira, 4 de julho de 2013

Rapaz encontra mãe que não via há 33 anos três dias após compartilhar foto no Facebook

Alex e a mãe, Angela, aos 18 anos
Alex e a mãe, Angela, aos 18 anos Foto: Reprodução / Facebook






Em três dias, Alexandro Silva conseguiu nas redes sociais o que ele havia tentado, sem sucesso, durante a vida inteira: encontrar a mãe. O rapaz de 34 anos publicou no Facebook uma foto de Angela Maria da Silva, aos 18 anos, pedindo para as pessoas divulgarem: “Estará ajudando um filho a encontrar a mãe que tanto fez e faz falta até hoje”. Três dias e 5.975 compartilhamentos depois, Alex, como é chamado, se deparou com uma mensagem da irmã caçula que ele sequer sabia que existia. Ao procurar pela mãe, Alexandro acabou encontrando uma família inteira na cidade de Ibiá, interior de Minas.
Os pais de Alex se separaram quando ele tinha menos de 2 anos de idade. A mãe conta que o marido, muito rígido, não a deixou levar o filho para o interior de Minas Gerais, onde ela passou a viver. O menino, nascido em Foz do Iguaçu, ficou com o pai na cidade de Marabá, no Pará, e foi criado pela madrasta. Angela se casou de novo e teve outra filha. Anos depois, quando tentou reencontrar Alex, ele já não vivia mais na cidade do norte do país.
Desde então, Angela sonha em abraçar Alex. Com frequência, ela cobrava da caçula, Elisângela Carvalho, de 30 anos, o resultado das buscas pelo irmão na internet: “Filha, ajuda a mamãe a achar ele”, dizia. Elisângela procurou por Alex no Facebook, em sites de encontros e até escreveu para programas de televisão. Dias antes, a mãe havia havia perguntado mais uma vez.
- Foi engraçado, porque eu passei o dia na casa dela. Aí ela perguntou: ‘Filha, você tem notícias do Alexandro? Não queria morrer sem ver meu filho’ - relembrou Elisângela, recepcionista de um hospital em Ibiá.
Angela Maria está com 53 anos e, segundo a filha, tem uma saúde bastante frágil. Por isso, a notícia de que Alex foi encontrado foi dada com “jeitinho”, para não emocioná-la demais. Mas não teve jeito, é claro:
- Ela desabou no choro - destacou Elisângela.
A filha caçula vive a cerca de 50 quilômetros de distância da mãe. Angela não tem telefone nem internet em casa. Naquela noite, ela não conseguiu dormir. Às 6h já estava na casa da vizinha, ansiosa para conferir a foto do filho no computador.

Elisângela está ansiosa para encontrar o irmão
Elisângela está ansiosa para encontrar o irmão Foto: Reprodução / Facebook

O caminho até a família
Até que a montagem da foto publicada por Alex, em São Paulo, chegasse ao Facebook de Elisângela, no interior de Minas, foram necessários 5.975 compartilhamentos. A recepcionista conta que uma amiga do trabalho viu o pedido e compartilhou. Ela achou a moça da foto parecida com a mãe de Elisângela, mas não disse nada com medo de criar falsas expectativas.
- Todo mundo na cidade conhece essa história. Todo mundo sabe que procuramos meu irmão há anos - explicou a recepcionista.
Depois disso, o pedido de Alex chegou também ao Facebook de um ex-prefeito da cidade, que não hesitou em divulgar a história, compartilhada em seguida no perfil que publica imagens históricas da cidade, e depois por outra amiga de Elisângela, do trabalho.
- Quando abri o meu Facebook, às seis da manhã de uma quinta-feira, dei de cara com a foto dele. Nem li o que estava escrito, mas reconheci a foto da minha mãe. Na hora, gritei para o meu marido: ‘Amor, achei o meu irmão!’. Aí eu desabei - contou Elisângela.

Angela procurou muito pelo filho
Angela procurou muito pelo filho Foto: Reprodução / Facebook

A recepcionista deixou um recado para o irmão na rede social, mas ele não respondeu.
- Acho que estava inseguro - justifica. - Acho que ficou meio acanhado também.
Pediu que uma amiga ligasse para o trabalho dele. A chefe de Alex confirmou a história e passou o telefone do rapaz. Os dois conversaram, e Elisângela precisou provar que era mesmo a pessoa que o rapaz procurava: disse o nome do pai dele, avô, data e local de nascimento... Sugeriu que ele ligasse para a mãe no dia seguinte.
- Ela me contou que assim que atendeu o telefone, na casa da vizinha, ele disse ‘Nossa, mãe, você não tem noção do quanto te procurei e de quanta falta você me fez’. Os dois choraram. Agora, ela está eufórica! Me liga a toda hora. A cidade inteira está impressionada. São 33 anos, uma vida toda procurando por ele! Não canso de olhar para a foto do meu irmão - revelou Elisângela.

Foram quase 30 mil compartilhamentos
Foram quase 30 mil compartilhamentos Foto: Reprodução / Facebook

O reencontro
Alex conseguiu o que queria, mas muita gente ainda não sabe disso e continua a espalhar a foto de Angela nas redes sociais. Até agora, já foram quase 30 mil compartilhamentos. Ele fez questão de agradecer, no Facebook, o “empurrãozinho”. “Foi graças aos compartilhamentos que minha irmã, que eu nem sabia que tinha, me encontrou”, escreveu.
Falta pouco mais de 24 horas para Alex finalmente encontrar a família em Minas. Se tudo caminhar conforme o previsto, ele chegará a Ibiá nesta sexta-feira, às 19h.
- Você não imagina como estou doida para encontrar ele, menina! - desabafou Elisângela. - Ele é tão parecido com a gente... e diz que a ficha dele ainda não caiu.
Assim como Alex, Elisângela também cresceu com o pai. A mãe se separou dele quando a recepcionista ainda era bem pequena. Angela ainda tem outro filho, de 36 anos, que foi criado por parentes. Elisângela o conheceu há alguns anos, por coincidência.
- O meu marido adora cavalos, e vive nesse meio. Ele sempre dizia que tinha um rapaz lá que era a minha cara. Um dia, me levou para conhecê-lo. Cheguei até ele, perguntei o nome, e disse a ele que éramos irmãos - contou.
A recepcionista sempre soube que tinha dois irmãos. E garante que não guarda mágoas da mãe por qualquer erro que ela possa ter cometido:
- Eu não a julgo. Nem o Alex.


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