segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tumor cerebral nem sempre é fatal, mas diagnóstico precoce é imprescindível

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Embora represente apenas 2% do conjunto de casos da doença, o tumor cerebral vem sofrendo um aumento do número de casos, especialmente pelo envelhecimento da população. A doença é altamente incapacitante e, por ser pouco divulgada e ter alguns sintomas semelhantes aos de outras enfermidades, seu diagnóstico pode ser dificultado, interferindo de forma significante no tratamento do paciente.
Segundo o Dr. Claudio Fernandes Corrêa, mestre neurocirurgião pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), o paciente, ao confundir uma dor de cabeça persistente, por exemplo, pode retardar o real diagnóstico do problema. “É preciso estar atento a quadros de cefaleia (principalmente pela manhã), vômitos em jato, perda de coordenação motora, tontura, perda de visão, perda de audição, dor no rosto, perda de força em um lado do corpo e alteração da sensibilidade em partes do corpo”, alerta.
Contudo, Dr. Claudio diz que não é preciso pânico e correr ao médico ao aparecimento da primeira dor de cabeça. “Os sintomas devem ser observados em sua frequência, persistência, especialmente sem motivos aparentes que possam estar relacionados, para então se procurar a orientação de um neurologista”. “O simples diagnóstico do câncer cerebral não representa o fim. Existem diversos tipos de tumor, os quais a medicina consegue atuar de forma individualizada, com medicações menos agressivas e processos cirúrgicos menos invasivos e mais seguros para a cura e a qualidade de vida”, relata .

SINTOMAS QUE PODEM SER SINAIS DE UM TUMOR CEREBRAL:

  • Vômitos em jato;
  • Cefaleia (principalmente pela manhã);
  • Perda de coordenação motora;
  • Tontura, perda de visão;
  • Perda de audição;
  • Dor no rosto;
  • Perda de força em um lado do corpo;
  • Alteração da sensibilidade em partes do corpo;
  • Convulsões.
O procedimento cirúrgico pode ser precedido por uma biópsia da área cerebral comprometida, possibilitando, quando necessário, uma abordagem cirúrgica mais ou menos ampla, decisão que será tomada levando-se em conta o volume do tumor, sua localização e sua histologia, ampliando desta forma as chances de cura da doença.  O neurocirurgião explica que a neurocirurgia atua ressecando o tumor, podendo ser guiada por estereotaxia ou neuronavegação, métodos que ampliam a precisão dos procedimentos e redução das complicações operatórias. Nesse caso, o cirurgião mapeia o volume tumoral e promove a sua ressecção com a menor morbidade, evitando danos em áreas normais adjacentes ao tumor.
“Um dos mais eficientes métodos de tratamento dos tumores malignos é a Braquiterapia, especialmente nos casos de recidiva (volta da doença). A técnica, que pode durar de duas a quatro semanas, é à base de isótopos implantados no interior do tumor, utilizando baixa taxa de radiação, distribuída contínua e uniformemente de acordo com o planejamento físico”, complementa.
Dependendo do tipo do tumor, ainda que maligno, e da fase em que ele foi diagnosticado, é possível prolongar a sobrevida do paciente entre 8 a 18 meses, e em alguns casos até mesmo curá-lo. Nos tumores benignos a recidiva é rara.
Por último, é importante pontuar que a doença, por si só, é completamente invasiva e muda, física, social e psicologicamente a vida do doente, sendo necessário que ele receba um tratamento multiprofissional, onde se insere também, além do neurologista, neurocirurgião e oncologista, psicólogos, fisiatras e fisioterapeutas, entre outros. Além deles, a ajuda dos familiares soma ao processo de recuperação.

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