CRÔNICA DO “HOMEM DA RUA”
CAVACO NÃO
VOA LONGE DO PAU
Revendo e relendo reportagens
da extinta TV-Alto Litoral e Jornal O Dia sobre a terceira idade, destacando
que “no antigo oitavo distrito de Campos, 60% da população é constituída de
idosos”, encontrei inspiração que buscava, para recordar os momentos que passamos
sob a austeridade militar e as “traquinagens” dos civis. E ao ensejo, lembrar-me
da frase da nossa presidenta, que, referindo-se ao trabalho da imprensa,
enfatizou que, “prefiro o barulho dos
jornalistas, ao silêncio da ditadura”, em cujo contexto sinto-me inserido,
como Jornalista sem diploma de “Doutor na profissão”, porque quando comecei,
como datilógrafo do Grande Jornal Fluminense (editado em Niterói e transmitido
pela Rádio Mundial, atual CBN), não existia Faculdade de Comunicação no país. E
assim. “sem medo de ser feliz”, encorajei-me para fazer um alerta, á nossa “amada chefa”, arrematando com uma
recordação, dos meus conterrâneos, que sabem por quem foi idealizado o
movimento pró-emancipação, apoiado pela Associação Comercial, Industrial e
Agrícola, além da defesa dos nossos anseios pelo jornal O italvense, cujo slogan ”não
há vinho que embriague como a verdade”, não deixava pairar dúvidas quanto
ao compromisso assumido junto ao povo, de primar pela veracidade dos fatos, embora
correndo o risco de ser calado pela ditadura militar, numa época de muitas turbulências”,
quando existiam apenas dois partidos políticos no país.
Um,
da situação, conhecido como ARENA, criado para dar sustentação ao governo, além
de outro, de oposição, chamado de MDB, ao qual era permitido contestar as
ordens dos milicos, de tal forma que, para os políticos e o partido, que
discordavam do governo e não apoiavam seus atos, restavam três caminhos a
trilhar: o xilindró, a vala ou o exílio, independentemente de terem “se
pirulitado” para o MDB, os Getulistas, Juscelistas, Janguistas, Comunistas e
outros oportunistas, que, “talqualmente os corvos” (como dizia o “Bem Amado Coronel Odorico
Paraguaçu”), ficam “em cima do muro”, aguardando o momento certo para atacar.
E, após detonar os indesejáveis, juntar-se aos que mandam e podem lhes
sustentar, como autênticos “Marias vão com as outras”. Mas, nesse caso,
decididos a lutar contra os “verde-oliva” pela retomada do poder, através da
mobilização nacional, que clamou pelas diretas
já, sob o comando de Tancredo Neves, Brizola, Franco Montoro, Miguel Arraes
e outros, que lutaram junto ao povo, para livrar o país da ditadura.
Contudo, não levaram
fé nas propostas do velho Senador mineirinho de São João Del Rey e, como
ingratos, se dispersaram e mudaram-se para os novos partidos, afirmando que,
como “defensores dos interesses do povo e da nação brasileira” (certamente,
para ludibriar o “respeitável público”), permaneceriam como oposição, que,
precedida da letra “P”, de partido, passou a se chamar PMDB, porém, de uma
forma que não interessa ao povo, sedento de melhorias e cansado das “lorotas”
dos políticos expertos e “experts” nas artes de embromar, corromper, morcegar e
enganar o povo sofrido e os eleitores em geral.
E, para provar aos
alienados que não podemos levar fé nas promessas dos políticos, tal como dizia
“Dona Sinhá Bella”, minha saudosa mãe, que “cavaco
não voa longe do pau”, como, de fato, não voa mesmo, porque, parodiando outra frase da mãe do
precursor e autor intelectual do primeiro processo de emancipação de Italva, Francisco
Setembrino, outras pessoas também disseram que, via de regra, político é assim
mesmo: “cobra de duas cabeças ou pau de
dois bicos”, pronto para dar o bote no “zé povinho”, ao perceber o risco de
perder o apoio de quem está por cima da carne seca e o respectivo “dindin”, que
recebe sem trabalhar, ao contrário do operário pobre, carente de instrução e
ingênuo, que o elegeu, “labutando diuturnamente” para sobreviver com dignidade.
E tanto é verdade,
que, esse partido (que deixou de ser oposição) sempre esteve no poder,
inclusive no período militar, até o último deles (General João Figueiredo),
responsável pela anistia política e, famoso, pelo seu “jeito machão” de reagir
às perguntas que não gostava de ouvir. Mas, “de bate-pronto”, as respondia,
dizendo que mandava prender e arrebentar; que dava um tiro no ouvido, se
tivesse que sobreviver com um salário mínimo e, se contasse o que sabia sobre
as “falcatruas” dos políticos, que o país explodiria. Entretanto, ao final do
seu mandato, dizendo que não reconhecia o vice-presidente eleito, José Sarney
como seu sucessor (em função da morte de Tancredo), se lixou para o cerimonial,
saindo pela porta dos fundos sem passar a faixa presidencial, para curtir sua
aposentadoria na mansão de Petrópolis, de bico calado, até “bater as botas” e
ir embora para a cidade dos pés-juntos.
Destarte,
“estou convencido” que chegou o
momento de fazermos uma reflexão sobre as ações dessa galera e, de tabela, uma
análise sobre a situação em que nos encontramos, para sabermos quantos
“Silvérios dos Reis” ainda existem por aqui, na saudosa “capital do cimento e
do mármore” e n’outras bandas, notadamente alguns, que, agora, como autênticos
caras-de-paus, jogam nos times dos vencedores, enquanto uns outros, amigos das
onças, contrários à nossa libertação, devido às benesses que recebiam dos
campistas, hoje, (mamando nas tetas), agem como cordeirinhos, sob as asas do
“Alcaide da Fazenda da Boa Vista”.
E
já que me referi às frases dos políticos apoiados por esses mequetrefes, vou
citar uma, do último comandante da nação (que, segundo Cláudio Humberto
escreveu, como colunista em jornais de grande circulação, parecia estar
prevendo sua própria morte), por ter dito, em sua primeira campanha, sem ter
que enfrentar Fernando Henrique, para, enfim, chegar à presidência da
república, que, “se tiver que governar
como FHC, prefiro morrer”. Porém, após ser “guindado ao poder”,
estranhamente, manteve a maioria dos atos de seu “amado mestre”, principalmente o referente ao castigo provocado
pela defasagem salarial dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo,
bem como o famigerado fator previdenciário, que, ano após ano, reduz a
“merreca” recebida pelos mesmos.
Enfim, tendo em vista
a dificuldade de mudar a mentalidade das pessoas alfabetizadas e esclarecidas,
que, desiludidos com o “eu não sei de
nada” e o descumprimento das promessas feitas pelo “companheiro”, acham que
ele já saiu tarde demais, “penso”
que Dona Dilma (indicada por seu ex-chefe para sucedê-lo), como “boa guerreira”
que é – como demonstrou, depois da vitória que alcançou contra o Doutor José
Serra (que já foi derrotado por um torneiro mecânico e por ela mesma, que, a seguir, detonou, também, o neto do velho
mineirinho), deva se cuidar e ficar de olhos bem abertos contra os “traíras de
plantão”, senão, minha gente, “PT, Saudações!”
Winston “Churchill” Santos Carneiro – Jornalista (Reg. 5182-Pr/DRT-DF)
– E-mail: chicotedopovo@hotmail.com