sábado, 5 de outubro de 2013

Relação do ácido úrico com as doenças cardiovasculares

Alguns estudos sugerem que o ácido úrico parece ter papel pró-inflamatório

O ácido úrico é produto final do metabolismo das purinas gerado após a quebra de DNA, RNA e ATP, além de também ser gerado pelas proteínas. Ele serve de mediador de dano vascular e altos níveis dele são decorrentes de excesso de produção e/ou baixa excreção. Atualmente seus níveis variam de 2,5-12 mg/dl, ou mais. Pessoas com altas concentrações de ácido úrico são mais propensas a desenvolverem Gota e pedras renais. Além disso, aumenta as chances de desenvolvimento de obesidade, síndrome metabólica, diabetes, esteatose hepática, hipertensão e doenças cardiovasculares e renais.
 Alguns estudos sugerem que o ácido úrico parece ter papel pró-inflamatório por estimular a libertação de MCP1 e de IL6, síntese de TNF-alfa conduzindo a lesão endotelial vascular. Parece também estimular a produção de PCR (proteína C reativa) conhecido por ser um marcador de resposta inflamatória e preditora de doença cardiovascular aterosclerótica. Ele também aumenta a produção de endotelina 1 que atua inibindo o óxido nítrico e provocando uma vasoconstrição, o que dificulta a passagem sanguínea e pode aumentar a pressão arterial.
 A ingestão aumentada de frutose (principalmente na forma de sacarose e de xarope de milho) está associada ao aumento dos níveis séricos de ácido úrico o que contribui para o desenvolvimento de resistência à insulina e o aparecimento de obesidade, diabetes e síndrome metabólica. Alterações no estilo de vida e na dieta parecem ajudar no combate a hiperuricemia e, muitas vezes há a necessidade de intervenção farmacológica.
Referência:
JESUS, J.K.M. de. Hiperuricemia como fator de risco cardiovascular. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina. Instituto de Ciências Biomédicas Albel Salazar, Universidade do Porto, 2011.
JOHNSON, R.J.; LANASPA, M.A.; GAUCHER, E.A. Uric acid: a danger signal from the RNA World that may have a role in the epidemic of obesity, metabolic syndrome and cardiorenal disease: evolutionary considerations. Seminars in Nephrology, v.31, n.5, p.394-399, 2011.
Por Joyce Rouvier / AE

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