segunda-feira, 28 de abril de 2014

João Vicente Alvarenga denuncia 'jabaculê' e nepotismo na Fundaçao Cultural Jornalista Oswaldo Lima em Campos-RJ

O ex-presidente da extinta Fundação Municipal Trianon fala sobre esquema de favorecimento, gastos com eventos e omissão da prefeita Rosinha


Após a polêmica gerada pelas denúncias do professor e ex-presidente da extinta Fundação Municipal Trianon, João Vicente Alvarenga - veiculadas na última semana - sobre possíveis irregularidades que estariam acontecendo na  Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), novamente o assunto vem à tona e, desta vez, mais inflamado. Em entrevista ao programa "A Polêmica", que vai ao ar na próxima terça-feira (29 de abril), o professor questionou a contratação de bandas locais que seriam favorecidas pela presidente da FCJOL, Patrícia Cordeiro, e disse que ela não deve permanecer no governo por muito tempo.

João Vicente afirmou estar aborrecido e frustrado por ter sido exonerado da superintendência do Teatro Municipal Trianon há quatro meses. Quando perguntado pelo apresentador Cláudio Andrade sobre o motivo que o levou a denunciar essas possíveis irregularidades à imprensa, João Vicente disse que se sentiu boicotado por todo o executivo municipal quando era presidente da Fundação Municipal Trianon, cargo que exerceu por apenas cinco meses (de janeiro a maio de 2013).

“Em algumas ocasiões, eu mandava o orçamento de um show e a Procuradoria Municipal me respondia afirmando que estaria superfaturado, o que não é verdade. A partir disso eu percebi que o problema acontecia somente quando os artistas indicados por mim não eram os privilegiados da Fundação Cultural”, contou o professor.

De acordo com ele, algumas bandas locais teriam preferência na contratação e existiria uma “escala de cachê” na Procuradoria Municipal: certas bandas receberiam mais que outras pelo mesmo serviço. “Esses procedimentos que acontecem dentro da Fundação Cultural apondam esquema de favorecimento”, afirmou João Vicente. As bandas que seriam favorecidas teriam ligação pessoal com a presidente da FCJOL. O marido dela, Lucas Cebola, por exemplo, é músico de duas bandas favorecidas pelo esquema apontado por João Vicente.

Sobre um estúdio de gravação que teria sido montado com o intuito de ser “usado pela oligarquia dominante da democracia goytacá, nas próximas eleições” (Palavras de João Vicente Alvarenga), o professor disse não negar a possibilidade de ter sido investido dinheiro público municipal, embora não tenha provas sobre isso. Segundo João Vicente, o estúdio é particular e ele saberia quem é seu proprietário, mas preferiu não revelar, diante da possibilidade desse proprietário ser um “laranja”.

A respeito da omissão da prefeita Rosinha Garotinho perante às inúmeras denúncias à FCJOL, João Vicente afirmou que a prefeita e Patrícia Cordeiro mantêm uma relação de cumplicidade. “Qualquer secretário que receba 1% dessas críticas, já estaria na rua. Eu não entendo essa blindagem, isso é um mistério para mim”, disse.  O professor também contou que foi feita uma reunião durante o feriadão com alguns secretários municipais e com o vereador Edson Batista. Durante reunião, teria sido sugerida a saída de Patrícia Cordeiro da presidência da FCJOL. “Quem me contou isso estava nessa reunião e é de minha confiança”, apontou João Vicente.

Já sobre os gastos anuais da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima com eventos (shows, apresentações teatrais, etc), João Vicente disse que o valor gira em torno de R$ 50 milhões.

“É importante deixar claro que evento não é a forma ideal de trabalhar a cultura dentro de um governo. Cultura é um conjunto de procedimentos e linguagens artísticas que tem o objetivo de levar uma mensagem e gerar prazer estético ao receptor. Cultura é um projeto pedagógico e não um gasto com Verão da Família ou com carnaval fora de época. É verdade que existe uma manifestação de massa em torno desses shows, mas a linguagem artística não é o foco. O interesse do poder público municipal é promover um aglomerado de pessoas, mas isso não significa ‘cultura’, no sentido estrito da palavra, já que não desperta ao público um aprendizado. O que acontece em Campos é um total desperdício de dinheiro público”, finalizou João Vicente.

Patrícia Cordeiro foi convidada para participar do "A Polêmica" para esclarecer as denúncias e prestar contas à população, no entanto a presidente da FCJOL se recusa a falar sobre o assunto. 
FONTE: JORNAL TERCEIRA VIA

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