domingo, 30 de outubro de 2016

Direção do PR já dá como certa a expulsão de Clarissa


Alexandre Bastos
A deputada federal Clarissa Garotinho está com os dias contados no Partido da República (PR). A direção da legenda já dá como certa a expulsão da parlamentar que votou contra a proposta de emenda à Constituição (PEC 241) que, pelos próximos 20 anos, limita pela inflação do ano anterior as despesas primárias da União, estados e municípios. A matéria já foi aprovada em dois turnos pela Câmara e foi posta em tramitação no Senado na última quarta-feira. O PR já abriu o processo disciplinar contra Clarissa, Silas Freire e Zenaide Maia, que desobedeceram a decisão da comissão executiva nacional da legenda, que fechou questão a favor da proposição.
As duas atitudes deixaram a direção nacional do PR indignada e decidida a expulsar a deputada, que já havia sido punida logo após a votação em primeiro turno. A reação da executiva nacional foi demitir os assessores que ela indicou para cargos da liderança na Câmara. A deputada poderá ficar sem filiação partidária até seis meses antes das próximas eleições. Se pretender concorrer ao próximo pleito terá que encontrar abrigo em outra sigla.
Em sua página no Facebook, logo após a votação em segundo turno, Clarissa comentou: “Não posso ser a favor de uma proposta que reduz os gastos em saúde e educação, promoverá congelamentos de salários de servidores, impedirá o aumento do valor real do salário mínimo. Tudo para fazer caixa para pagar juros da dívida pública!”.
Ao ser comunicada sobre o processo de expulsão, Clarissa criticou o autor do pedido. “Inicialmente causou-me estranheza o pedido de abertura deste processo ser feito pelo deputado Vinicius Gurgel (PR-AP), aquele mesmo que, para proteger Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, foi acusado de permitir a falsificação de sua assinatura em requerimento e depois disse que assinou o documento ‘bêbado e sob forte efeito de remédios’, por isso da diferença de assinaturas. Talvez esse sim caso de expulsão”, afirmou.
Segundo a parlamentar, a democracia deveria prevalecer. “Defendo que um partido deve ser um ambiente democrático de debate que não anule divergências tópicas. Caso isso ocorra, optarei sempre por estar do lado da minha consciência e da defesa dos direitos do povo brasileiro custe o que custar”, completou.

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