domingo, 15 de janeiro de 2017

Surto de febre amarela deixa Espírito Santo em alerta



O surto de febre amarela se espalhando por Minas Gerais nos últimos dias fez com que acendesse o alerta também para o Espírito Santo. Em Minas, foi decretada situação de emergência em saúde pública em 152 municípios, com 133 casos notificados desde dezembro e 38 mortes suspeitas registradas desde a semana passada.
No Espírito Santo, desde quarta-feira 80 macacos foram encontrados mortos, e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) investiga se a causa é o vírus da febre amarela. Há mais de 50 anos o Espírito Santo não tem casos registrados, por isso ainda é uma das regiões consideradas fora da área de risco.
De acordo com o coordenador do Centro de Emergências e Saúde Pública da Sesa, Gilton Almada, apesar de as investigações relacionadas aos macacos e da proximidade do Estado com Minas Gerais, não há nenhum caso de pessoa infectada suspeita no Espírito Santo.
Se confirmadas as mortes dos macacos por febre amarela — o resultado dos exames está previsto para sair em menos de 20 dias — ele ressaltou que o Estado está preparado para evitar que se este se transforme em um problema maior. “A gente tem vacina em quantidade suficiente. A Secretaria de Estado da Saúde já pediu ao Ministério da Saúde reforço das doses. Até porque, tem mineiros que não foram vacinados procurando”, disse.
Ele completou que a recomendação no Espírito Santo, no momento, ainda é que somente as pessoas que irão viajar para áreas de risco busquem a vacina.
Gilton Almada enfatizou que entre os sintomas da doença estão febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, podendo haver hemorragia e, nos casos mais graves, icterícia e morte.
O infectologista Carlos Urbano enfatizou que a febre amarela é uma doença perigosa, mas que não há razão para pânico no Estado. “Macacos morreram, mas a gente não sabe a causa. Um dado tranquilizador é que o Brasil produz a vacina de febre amarela. Se, porventura, tiver a necessidade de vacinar um maior número de pessoas, o País tem estoque de segurança”.
A febre amarela é considerada endêmica nas regiões rurais e de mata do Brasil, onde é transmitida por mosquitos para macacos e, ocasionalmente, para humanos não vacinados. Mas não há registro de casos em áreas urbanas – onde o vetor é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue – desde 1942.

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