Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe estão entre os trinta e oito países que cumpriram os objetivos estabelecidos internacionalmente na luta contra a fome, antecipando o prazo fixado para 2015, anunciou nesta quarta-feira (12/06) a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com a FAO, vinte países já cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento
do Milênio número 1 (ODM-1), reduzindo pela metade a proporção de pessoas que
sofrem de fome, segundo critério estabelecido pela comunidade internacional na
Assembleia Geral da ONU em 2000.
Os países que já alcançaram o ODM-1 foram: Brasil, Angola, Argélia,
Bangladesh, Benim, Camboja, Camarões, Chile, República Dominicana, Ilhas Fiji,
Honduras, Indonésia, Jordânia, Malaui, Maldivas, Níger, Nigéria, Panamá, Togo e
Uruguai.
Mais 18 países foram felicitados por alcançarem o ODM-1 e também a meta mais
exigente da Cimeira Mundial sobre a Alimentação (CMA) de reduzir pela metade o
número total de pessoas desnutridas.
O objetivo da CMA foi estabelecido em 1996, quando 180 nações se reuniram na
sede da FAO, em Roma, para debater as formas de acabar com a fome.
Os países que alcançaram tanto o ODM-1 como as metas da CMA são Armênia,
Azerbaijão, Cuba, Djibuti, Geórgia, Gana, Guiana, Kuwait, Quirguistão,
Nicarágua, Peru, São Vicente e Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe,
Tailândia, Turcomenistão, Venezuela e Vietnã.
“Estes países estão abrindo caminho para um futuro melhor. São a prova de que
com uma forte vontade política, coordenação e cooperação, é possível conseguir
reduções rápidas e duradouras para a fome”, disse o diretor-geral da FAO, o
brasileiro José Graziano da Silva.
Graziano da Silva apelou a todos os países para manter a dinâmica e, assim,
alcançar a erradicação da fome, de acordo com o Desafio Fome Zero, lançado em
2012, pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
“Globalmente, a fome diminuiu na última década, mas 870 milhões de pessoas
estão desnutridas e outros milhões de seres humanos sofrem com as consequências
das deficiências de vitaminas e sais minerais, incluindo a falta de crescimento
entre as crianças”, disse o responsável da FAO.
“Temos de manter nossos esforços”, disse, reforçando que isso deve ocorrer
“até que o mundo possa viver uma vida saudável e produtiva”.
Segundo um estudo da FAO, “O estado da insegurança alimentar no mundo -
2012”, a grande maioria das vítimas de fome, 852 milhões, vive em países em
desenvolvimento – cerca de 15% da sua população – e 16 milhões de pessoas estão
desnutridas nos países desenvolvidos.
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