domingo, 4 de dezembro de 2016

Como combater a insônia

Uma noite mal dormida, com menos de seis horas de sono, por muitas vezes, pode acarretar problemas graves à saúde


A assistente social Gisele Silva, de 36 anos, já é uma especialista na sua própria falta de sono. Como lida com o problema desde criança, ela já decorou tudo que precisa fazer para garantir uma noite tranquila. “Faço tratamento com psiquiatra e nutricionista. Não tomo guanará, mate, chá verde... Já sei de cor quais os alimentos me fazem bem. É muito complexo e requer tempo e esforço”, lista ela.
A insônia que afeta Gisele é uma doença, classificada como Transtorno da Insônia. É diferente de uma mera noite em claro: os insones são diagnosticados quando têm dificuldade de dormir pelo menos três vezes por semana há três meses.
A neurologista Andrea Bacelar, diretora da Associação Brasileira do Sono, explica que a insônia crônica pode causar consequências a médio e longo prazo. “São alterações de humor, cardiovasculares e até aumento nas chances de morte para qualquer pessoa que dorme menos de seis horas por dia”, afirma. 
A condição é caracterizada pelo sono com duração inferior a seis horas ou fragmentado, pela continuação do funcionamento do cérebro (como ao continuar a escutar barulhos ao dormir) e a sensação de uma noite pouco reparadora. A insônia pode afetar o funcionamento do cérebro e prejudicar a aquisição de novos conhecimentos, diz Bacelar.
“A memória de curta duração pode ser prejudicada, por exemplo, fica difícil lembrar onde está a chave. Outra é a memória episódica, passo a não lembrar o que aconteceu em uma data. Outra função comprometida é a executiva, a capacidade de resolver problemas”, diz.
Mas é possível tratar a insônia, com acompanhamento médico, uso de medicamentos, uma agenda de exercícios físicos e dieta equilibrada. Gisele intercala períodos de insônia com boas semanas de sono, mas permanece positiva, algo fundamental para seu tratamento. “Um dia, você vai fazer uma matéria sobre pessoas que dormem bem e eu vou ser a entrevistada”, brinca ela.
Mantenha a rotina
“Para ter um sono adequado, é necessária uma regularidade do horário de dormir”, alerta a otorrinolaringologista Luciane Mello, da Sociedade Brasileira do Sono. 
Cuidado com a dieta
É importante a ‘higiene do sono’, mudanças no comportamento antes de ir para a cama. Como evitar bebidas estimulantes e refeições pesadas.
De olho no verão
Quando a temperatura passa dos 27°C, o cérebro se concentra na manutenção da temperatura corporal e não relaxa. Por isso, indica: “Opte por pijamas leves e confortáveis e prefira lençóis de algodão, que permitem transpiração”.
Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat
O DIA

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