Uma noite mal dormida, com menos de seis horas de sono, por muitas vezes, pode acarretar problemas graves à saúde
A assistente social Gisele Silva, de 36 anos, já é uma especialista na sua própria falta de sono. Como lida com o problema desde criança, ela já decorou tudo que precisa fazer para garantir uma noite tranquila. “Faço tratamento com psiquiatra e nutricionista. Não tomo guanará, mate, chá verde... Já sei de cor quais os alimentos me fazem bem. É muito complexo e requer tempo e esforço”, lista ela.
A insônia que afeta Gisele é uma doença, classificada como Transtorno da Insônia. É diferente de uma mera noite em claro: os insones são diagnosticados quando têm dificuldade de dormir pelo menos três vezes por semana há três meses.
A neurologista Andrea Bacelar, diretora da Associação Brasileira do Sono, explica que a insônia crônica pode causar consequências a médio e longo prazo. “São alterações de humor, cardiovasculares e até aumento nas chances de morte para qualquer pessoa que dorme menos de seis horas por dia”, afirma.
A condição é caracterizada pelo sono com duração inferior a seis horas ou fragmentado, pela continuação do funcionamento do cérebro (como ao continuar a escutar barulhos ao dormir) e a sensação de uma noite pouco reparadora. A insônia pode afetar o funcionamento do cérebro e prejudicar a aquisição de novos conhecimentos, diz Bacelar.
“A memória de curta duração pode ser prejudicada, por exemplo, fica difícil lembrar onde está a chave. Outra é a memória episódica, passo a não lembrar o que aconteceu em uma data. Outra função comprometida é a executiva, a capacidade de resolver problemas”, diz.
Mas é possível tratar a insônia, com acompanhamento médico, uso de medicamentos, uma agenda de exercícios físicos e dieta equilibrada. Gisele intercala períodos de insônia com boas semanas de sono, mas permanece positiva , algo fundamental para seu tratamento. “Um dia, você vai fazer uma matéria sobre pessoas que dormem bem e eu vou ser a entrevistada”, brinca ela.
Mantenha a rotina
“Para ter um sono adequado, é necessária uma regularidade do horário de dormir”, alerta a otorrinolaringologista Luciane Mello, da Sociedade Brasileira do Sono.
Cuidado com a dieta
É importante a ‘higiene do sono’, mudanças no comportamento antes de ir para a cama. Como evitar bebidas estimulantes e refeições pesadas.
De olho no verão
Quando a temperatura passa dos 27°C, o cérebro se concentra na manutenção da temperatura corporal e não relaxa. Por isso, indica: “Opte por pijamas leves e confortáveis e prefira lençóis de algodão, que permitem transpiração”.
Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat
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