quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Para economista, aumento de pedágio na BR 101 veio em má hora

Nova tarifa passa a valer a partir desta quinta-feira



Fluxo no trecho da BR 101 administrado pela Autopista é de 72 mil veículos por dia (Foto: Silvana Rust

Na análise do economista Alexandre Delvaux, o reajuste da tarifa do pedágio ao longo da BR 101, no trecho entre a Ponte Rio-Niterói e a divisa do Estado do Rio com Espírito Santo, não veio em boa hora e deve impactar negativamente o orçamento de famílias e de empresas que utilizam com frequência a rodovia. Os novos custos passam a valer nesta quinta-feira (2). O economista lembra, ainda, que o usuário acaba pagando a tarifa mais de uma vez:
“Quem trafega pela rodovia paga o pedágio. Mas isso não termina por aí, já que as empresas repassam os custos deste aumento para os consumidores. As transportadoras, por exemplo, elevam o valor do frete e isso impacta no preço do produto final. Isso sem falar no IPVA que já nos é obrigatório. Mas não temos escolha, precisamos pagar para usar a rodovia e essa cobrança compulsória não veio em boa hora por causa da grave crise financeira em que o Brasil está mergulhado”, avaliou.
A viagem de um carro de passeio entre a Ponte Rio-Niterói e a divisa do Estado do Rio com Espírito Santo, que custava R$ 22,5 só de pedágio, passará a valer R$ 25. No caso de um caminhão de seis eixos, esta mesma viagem custará R$ 150, já que os motoristas passam por cinco praças de pedágio ao longo do percurso, sendo duas delas instaladas em Campos dos Goytacazes. A concessionária Autopista Fluminense divulgou recentemente que o fluxo no trecho da BR 101 administrado por ela é de, em média, 72 mil veículos por dia. Fazendo uma conta rápida, em 30 dias são 2 milhões 160 mil veículos. Se todos eles pagassem o valor mínimo do pedágio, que passou para R$ 5, o lucro da Autopista ao final de um mês seria de R$ 10 milhões 800 mil.
O reajuste autorizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi de 11,11%. Ao definir o novo valor, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) considerou, além da reposição acionária (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), o impacto da nova Lei dos Caminhoneiros (Lei nº 13103/2015), que prevê a não-cobrança dos eixos suspensos para caminhões vazios e o aumento da tolerância dos limites de peso, passando de 5% para 10%. Segundo a concessionária, a mudança causa o incremento do sobrepeso no pavimento e, consequentemente, o seu desgaste prematuro, acarretando no aumento do programa de manutenção do pavimento.
 Ainda segundo a Autopista, as tarifas de pedágio também são responsáveis por financiar as obras de ampliação e modernização da rodovia, os serviços de socorro de saúde e mecânico, assim como toda a estrutura de monitoramento da BR-101 RJ/Norte. Como reflexo direto dos investimentos de cerca de R$ 2,5 bilhões desde 2008 na rodovia, 2016 foi o quarto ano consecutivo de redução de acidentes e mortes. Até o final da concessão, estão previstos investimentos de cerca de R$5,5 bilhões na rodovia.
A Autopista Fluminense informou que já entregou 86,9 km de pistas duplicadas na BR-101 RJ/Norte. Outros 40,1 km estão em obras e terão trechos liberados conforme andamento dos trabalhos nos próximos meses, sendo 10 km entre Campos e Macaé e outros 30 km entre Casimiro, Silva Jardim e Rio Bonito.
Terceira via

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